terça-feira, 6 de outubro de 2009

Chicotadas Psicológicas - Mais do mesmo

7 jornadas, 4 chicotadas psicológicas. Académica, Vitória de Setúbal, Naval 1º Maio e Marítimo já mudaram de treinador. Em Guimarães poderá estar para acontecer o mesmo. Todos os anos é assim. Mas de quem é a culpa? Treinadores inaptos para os lugares? Plantéis mal construídos? Adeptos sem paciência para esperar? Dirigentes com medo de perder o seu lugar e que acabam por ceder aos protestos populares? Não sei efectivamente, mas no nosso país é capaz de ser um pouco de todas estas componentes.


A culpa é dos dirigentes. Não percebo como presidentes ou dirigentes vêem dizer "vamos escolher com calma para não nos precipitarmos, para escolher o homem certo", etc, e passados poucos meses o homem certo no lugar certo já está a ser o homem certo noutro local. É de facto incrível o dinheiro que se gasta em contratações e despedimentos de treinadores. A culpa é das direcções que não têm um projecto, ou se o têm é tão a curto prazo que numa semana já são capazes de ter outro. São projectos sem alicerces em que eles realmente não acreditam. Há muita gente no nosso futebol que não quer largar as importantes posições que ocupam e acabam por seguir a vontade dos adeptos. É mais fácil assim.


A culpa é também dos adeptos. Muitos não querem crer que as suas equipas não têm condições para atingir as metas com que sonham. Esse é o problema. Por exemplo, o Vitória de Setúbal muda de treinador, pergunto porquê. Se os jogadores não têm experiência e/ou qualidade ao menos que seja o treinador que os escolheu a provar porque os foi buscar, senão fica fácil para o novo treinador dizer “não fui eu que escolhi esta equipa”. Mas a pressão dos adeptos foi tal que a direcção não conseguiu segurar Azenha nem por mais 1 minuto. E se Azenha não conseguia fazer nada desta equipa não acredito que alguém o faça. Mas os adeptos quiseram assim…


A culpa é ainda dos treinadores. Não jogam ao ataque, não arriscam e depois sofrem as consequências. Sempre tive ideia que a perder é que se aprende. Pelos vistos a mesma opinião de João Carlos Pereira, treinador de Belenenses depois da derrota pesada que teve com o Benfica, no Restelo. Mas não teve medo de jogar aberto, com cautelas claro, mas sempre a atacar. É assim que deve ser. Senão temos os exemplos do Setúbal na Luz, que mete 10 homens a defender e sofre 8 golos, do Leixões também na Luz que opta por agressividade excessiva e fica a jogar com 9 acabando também por sofrer 5 golos, ou o mesmo Leixões no Porto, onde com o autocarro estacionado perdeu por 4. Não é a defender com 10 ou 11 que as equipas crescem, com toda a certeza que não. É a jogar futebol, com confiança, ambição e sem medo de falhar. O treinador tem que pôr a equipa a jogar como os adeptos gostam. Senão lá está, os treinadores não arriscam, arriscam-se.


Enfim a culpa é das ideias e mentalidades que reinam no nosso país futebolístico. Enquanto adeptos, dirigentes e treinadores não mudarem as suas mentalidades as chamadas chicotadas psicológcas vão continuar a acontecer em catadupa…assim como era à 20 anos...e por mais 20 anos.

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